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quinta-feira, 3 de julho de 2014

Achei por aí: Los Angeles - Cidade Proibida

Que Decote
     

    Talvez o enquadramento desse filme na sessão "Achei por aí" possa não ser muito justo, afinal esse espaço tem como objetivo compartilhar filmes e séries mais obscuras, menos mainstream, do que outras obras. E um filme que levou dois Oscars e recheado com estrelas do calibre de Kim Basinger, Russell Crowe e Kevin Spacey dificilmente passaria despercebido do grande público. Mas foi justamente o que aconteceu com esse que vos escreve, pois eu sequer tinha conhecimento de tal filme até pouco tempo. E depois de assisti-lo já o coloco entre os maiores, senão o maior, filme de suspense policial que já vi. 
     Baseado em um livro noir (estilo que o filme representa com maestria), o filme conta a história de três policiais que se pegam no centro de uma série de assassinatos envolvendo a máfia local de Los Angeles na bucólica década de 50. De início já somos apresentados as diferentes personalidades do trio de protagonistas, cada um com objetivos e atitudes extremamente diferentes e conflitantes em relação aos outros, mas que acabam tendo que superar as diferenças e de alguma maneira trabalhar em equipe pelo bem maior. E esse é justamente o grande barato do roteiro, pois acompanhar os três policiais que de início não tinham absolutamente nada em comum tendo que trabalhar em conjunto é sem dúvida empolgante. 
     Russel Crowe interpreta Bud White, um jovem policial que age de maneira extremamente violenta e instintiva, e tem predileção em punir homens que violentam mulheres. Guy Pearce faz Edmund Exley, um carreirista que subiu rápido à posição de tenente-detetive, é extremamente rígido quanto ao seu código de conduta e não se preocupa em delatar os colegas pela justiça ou mesmo em favor de sua carreira. E por último, mas mais importante (porque foi justamente por causa dele que descobri o filme) temos Kevin Spacey e seu Jack Vincennes, um policial boa praça e malandro que consegue um dinheiro por fora devido a um acordo com um editor de uma revista de fofocas de Los Angeles, onde Jack prende famosos com drogas e deixa o paparazzi fotografar o flagrante em troca de uma grana, isso além de dar consultoria a uma famosa série policial da época. Além desse trio que carrega o filme por si só, ainda temos Danny DeVito, que faz o famigerado jornalista, e Kim Basinger como uma prostituta de luxo que se apaixona pelo personagem de Russell Crowe. A atriz continuava linda apesar de seus mais de 40 anos e inclusive venceu o Oscar pela atuação no filme.
     
Unidos do Cada um por si
     Mas mesmo depois de assistir o filme, ainda fiquei pensando do porque ele não ser tão comentado quanto outros que nem de longe são tão bons. Porque ele não é tão famoso, e nem foi tão bem nas bilheterias. Daí, foi só ver o ano em que ele foi lançado para entender toda a injustiça: 1997. Para aqueles que ainda não lembraram, esse foi o ano do filme que mais ganhou Oscars na história (ao lado de Ben-Hur e O Retorno do Rei), e que de tanto comentado e repassado se tornou também um dos filmes mais enjoativos de todos os tempos: Titanic. Longe de mim querer discutir a qualidade do filme de James Cameron, pois é realmente uma grande obra, mas depois de assisti-lo várias vezes podemos notar que foi sim um pouco superestimado, talvez pela comoção com a tragédia real, ou mesmo pela história de amor que é sem dúvida bem apelativa ao público. Porém, deveria ter sido dado um pouco mais de valor aos seus concorrentes da época, como o próprio Los Angeles - Cidade Proibida, que conseguiu apenas as estatuetas de melhor roteiro e melhor atriz, perdendo todas as outras para Titanic.
     Justiça feita, é um filme obrigatório para quem gosta de um bom noir/policial/suspense, ou mesmo para quem aprecia um bom roteiro com ótimos personagens e atuações. Vale mencionar também a linda trilha sonora, além da fotografia, figurino e cenários que facilmente nos transportam para a linda Los Angeles da década de 50. Só um aviso, é daqueles filmes que necessitam total atenção para se acompanhar a história, e em muitos casos revê-lo novamente pode até revelar ainda mais nuances que passaram desapercebidas da primeira vez. E ver esse filme de novo é algo que farei com muito prazer de tempos em tempos.

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